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Ações da Petrobras sobem após corte de investimentos

06/10/2015 00:00

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O corte no Plano de Negócios da Petrobras, anunciado na noite de segunda-feira, foi interpretado pelo mercado como um sinal positivo e de transparência, embora especialistas permaneçam céticos em relação à previsão da companhia de se desfazer de ativos para gerar caixa.

As ações da Petrobras avançavam na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) na manhã desta terça-feira.

Às 11h14, as preferenciais subiam 3,45% e as ordinárias valorizavam-se 4,36%, descolando da fraqueza do Ibovespa, que subia 0,78%.

A Petrobras anunciou redução de US$ 18 bilhões (R$ 69 bilhoões), ou 16%, na previsão de gastos operacionais e investimentos para este e o próximo ano, devido à queda nos preços de petróleo e à desvalorização do real frente ao dólar.

"Ninguém acreditava mais no plano anterior, porque as premissas estavam desatualizadas. Quanto mais transparência, mais confiança no planejamento da empresa", afirmou o professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edmar Almeida.

Nos últimos anos, a estatal costumava ficar com seu plano de investimentos desatualizado por muito tempo e apenas o atualizava no ano seguinte. Para Almeida, a revisão apenas três meses após a publicação do plano deste ano mostra que a companhia está em uma trajetória de aumentar a confiança do mercado sobre ela.

Entretanto, o professor ponderou que a redução dos aportes permanece desafiadora, já que a empresa tem pouca margem para cortar investimentos. "Não tem como parar alguns projetos em andamento", afirmou.

Almeida destacou ainda que a Petrobras está tendo dificuldade para viabilizar o planejamento de venda de ativos.

Na revisão do plano, a empresa manteve a projeção de desinvestimentos para o biênio 2015-16 em US$ 15,1 bilhões (R$ 58 bilhões), sendo US$ 700 milhões (R$ 2 bilhões) neste ano e US$ 14,4 bilhões (R$ 55,2 bilhões) em 2016.

O analista de investimentos da Whats Call Flavio Conde também destacou que a notícia do corte foi positiva e que era vista como necessária para a corretora. Contudo, lembrou que a empresa não revelou qual o câmbio que está utilizando no atual plano, o que traz dúvidas sobre qual foi de fato o corte.

Conde ressaltou ainda que o plano de desinvestimentos traçado para o ano que vem está praticamente dependente da abertura de capital da BR Distribuidora, o que eles afirmou encarar como um "grande desafio".

"Qual investidor estrangeiro vai querer ser minoritário em uma empresa cuja controladora tem processos nos Estados Unidos? Esta é a parte mais difícil", afirmou Conde, notando que o risco de crédito do Brasil também deverá influenciar na operação.

O BTG Pactual disse em nota a clientes que a notícia é positiva, embora, mesmo após a mudança, ainda estime geração de caixa negativa para a empresa em 2015 e 2016.

A corretora Brasil Plural disse que o mercado ainda deve questionar a capacidade da empresa de atingir sua meta de produção do próximo ano, após forte redução dos investimentos para 2016, e o Itaú BBA afirmou que mais detalhes sobre os corte do capex para o próximo ano são necessários.

A alta dos preços do petróleo no mercado externo e a notícia de que a holandesa SBM pagará R$ 1 bilhão à estatal como parte de um acordo de leniência a s