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AGU quer afastamento de relator do TCU que analisa contas do governo

04/10/2015 00:00

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O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, criticou neste domingo (4) o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, que é relator do processo que analisa as contas do governo federal em 2014, por ter dado declarações à imprensa de que recomendará a rejeição das contas de 2014 do governo da presidente Dilma Rousseff.

Segundo Adams, o ministro do Tribunal de Contas da União não pode antecipar seu voto publicamente porque isto violaria a Lei Orgânica da Magistratura.

Adams informou que a Advocacia Geral da União (AGU) deve apresentar na segunda-feira (5) uma arguição de suspeição contra Nardes ao presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz, para afastá-lo do caso. A decisão será do plenário do tribunal.

“A Lei Orgânica da Magistratura diz que é vedado ao magistrado manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre o processo pendente. Ele [Nardes] não só fala do processo como também antecipa o que vai fazer. Essa prática reiterada constrange o restante do Tribunal em busca de apoio. Deixa de ser magistrado e vira político. Este processo está eivado de politização”, disse Adams, em coletiva de imprensa na sede da Advocacia Geral da União, junto com os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa.

Cardozo também lamentou a politização do processo. Ele acrescentou que o governo não quer, com a apresentação da arguição de suspeição, o adiamento do julgamento das contas da presidente Dilma Rousseff, marcado para quarta-feira (7), para “ganhar tempo”, mas quer o respeito à lei. Para o ministro da Justiça, as regras legais foram violadas pelo relator Nardes.

A análise do Tribunal de Contas da União será sobre duas questões. Uma delas é o atraso no repasse de recursos para a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil referentes a despesas com programas sociais do governo, o que configuraria operação de crédito. O outro ponto, questionado pelo Ministério Público junto ao TCU, trata de cinco decretos envolvendo créditos suplementares assinados pela presidente Dilma Rousseff, sem autorização do Congresso Nacional.

Razões jurídicas

Cardozo e Barbosa reiteraram que não existem razões jurídicas para reprovar as contas. Segundo o ministro do Planejamento, todas as operações foram feitas com amparo legal e os pontos apontados pelo Tribunal de Contas da União podem ser objetos de aperfeiçoamento “assim como já está sendo feito”.

A Agência Brasil procurou a assessoria de imprensa do Tribunal de Contas da União, mas não obteve retorno até o fechamento da matéria.

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