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País segue, diz ministro após prisão de Dirceu

03/08/2015 00:00

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O ministro da Defesa, Jaques Wagner, afirmou nesta segunda-feira, em entrevista coletiva concedida junto do ministro da Cidades Gilberto Kassab, que a prisão do ex-ministro José Dirceu não foi tema de discussão durante a reunião da coordenação política do governo, nesta manhã. De acordo com ele, durante 90% do encontro debateu-se a pauta do Congresso, que retornou hoje do recesso.

Apesar de negar que a prisão de Dirceu tenha sido debatida durante o encontro, Wagner opinou sobre a Operação Lava Jato e afirmou que é preciso “ter dois canais paralelos”. Para ele, o país precisa se estabilizar e apresentar um melhor ambiente para atrair investidores. 

“As investigações seguem e o país também segue. O ambiente é que precisamos tentar melhorar para estimular investidores", disse o ministro. “Se a gente está precisando de uma retomada, a gente precisa de um grau de estabilidade para que os investimentos ocorram normalmente", completou.

O ex-ministro José Dirceu foi preso na manhã desta segunda-feira, em Brasília, pela 17ª fase da Operação Lava Jato. Ele é investigado pelo Ministério Público por suspeita de receber recursos de empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras. Condenado no Mensalão, o ex-ministro cumpria pena em prisão domiciliar desde o fim do ano passado. Com isso, ele pode ter a pena agravada.

Ele já está na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Só o ministro Luís Barroso pode liberar Dirceu a comparecer em Curitiba, sede da Políca Federal, para prestar depoimento. 

Foram expedidos 40 mandados judiciais, sendo três de prisão preventiva, cinco de prisão temporária, 26 de busca e apreensão e seis de condução coercitiva. Entre os detidos estão Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, sócio da JD Consultoria e irmão de José Dirceu; e o ex-assessor de José Dirceu, Roberto Marques, conhecido como Bob.

A operação foi batizada de Pixuleco, termo usado pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para pedir dinheiro, segundo depoimento do presidente da UTC, Ricardo Pessoa. Os mandados são cumpridos em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

Eduardo Cunha não é preocupação

Segundo Wagner, a anunciada mudança do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a oposição não é uma preocupação específica do governo. 

“A preocupação geral que se tem é que se mantenha a institucionalidade geral da Casa. (...) O papel do presidente da Casa, independente de não ser vedado a ele ter suas preferências, é de magistrado, de manter o equilíbrio da Casa”, afirmou. “Eu acho estranho se a presidência da Câmara dos Deputados se transformar, por exemplo, num bunker organizador da oposição. Isso é papel das lideranças de oposição.”

O ministro da Defesa comentou também a relação do Planalto com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Segundo ele,