gplus
   

Brasil tem maior rombo histórico em 12 meses

31/07/2015 00:00

Confira Também

O setor público brasileiro registrou déficit primário de R$ 9,323 bilhões em junho, pior marca histórica para o mês, acumulando em 12 meses rombo recorde equivalente a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), números que ressaltam as dificuldades do governo em equilibrar as contas públicas.

Apesar do resultado ruim, economistas acreditam que o governo ainda consegue cumprir a nova meta de superávit primário para este ano, equivalente a 0,15% do PIB. "Com o que já foi divulgado até agora é possível atingir a meta deste ano", disse o economista-chefe do BESI Brasil, Jankiel Santos, para quem os cortes adicionais anunciados pelo governo ajudam nesta conta.

O resultado negativo do mês passado veio, sobretudo, do governo central (governo federal, Banco Central e Previdência), com saldo negativo de R$ 8,566 bilhões no mês, informou o BC nesta sexta-feira, em meio à fraca arrecadação por conta da cambaleante economia.

Empresas estatais tiveram contribuição negativa de R$ 813 milhões, enquanto governos regionais (estados e municípios) conseguiram ligeiro superávit de R$ 56 milhões no mês.

O déficit primário de junho veio muito abaixo das projeções de analistas, cuja mediana apontava para saldo negativo de R$ 2 bilhões em pesquisa da Reuters.

"A despeito das medidas adotadas tanto no âmbito da recuperação de receitas como contenção de despesas desde o início do ano, há impacto significativo da atividade econômica sobre a arrecadação", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

Na última semana, o governo reduziu a meta de economia para pagamento de juros da dívida deste ano a R$ 8,747 bilhões, equivalente a 0,15% contra 1,1% do PIB previsto até então. Também anunciou corte adicional de gastos de R$ 8,6 bilhões.

A equipe econômica também deixou em aberto a possibilidade de fechar o ano com déficit primário de mais de R$ 17 bilhões, caso não consiga obter algumas receitas com as quais conta e que basicamente dependem da aprovação do Congresso Nacional, em meio à intensa batalha política entre o Executivo e o Legislativo.

"A meta [deste ano] ainda não está perdida", disse o diretor de pesquisa econômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, mas ressaltando que o governo terá de fazer esforços adicionais para buscar a meta de 2016, equivalente a 0,7% do PIB.

O BC informou ainda que, no acumulado do primeiro semestre, o resultado primário ficou positivo em R$ 16,224 bilhões, também pior resultado para o período na série iniciada em dezembro de 2001. O número foi fundamentalmente impulsionado pelo desempenho de Estados e municípios, mas bem inferior ao patamar de R$ 29,380 bilhões de igual etapa de 2014.

A fraca economia, que deve encolher pouco menos de 2% neste ano, tem abalado a arrecadação que, em junho, recuou quase 2,5%. Nos primeiros seis meses do ano, este recolhimento caiu 2,87%.

Dívida

Em junho, a dívida bruta alcançou 63% do PIB, acima da projeção do BC, de que ficaria em 62,4%, e mantendo trajetória de alta. A relação era de 58,9% em dezembro de 2014.

Ao reduzir as metas fiscais, o governo também traçou uma trajetória para a dívida pública do país que não convenceu o mercado e especialistas de modo geral. Passou a prever que a relação d&iacut