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Ciclofaixas: é preciso implantar para corrigir, dizem especialistas

05/07/2015 00:00

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Com a entrega de mais 2,7 km de malha cicloviária graças à inauguração da ciclovia na Avenida Paulista no último dia 28, a prefeitura de São Paulo já totaliza 334,9 km (dos 400 km previstos para o ano) de rotas para as bicicletas. 

A implantação de uma ciclovia no cartão-postal da cidade, que muitas vezes serve de modelo para o resto do país, é o símbolo da vontade de transformar a bicicleta não apenas em uma opção ou alternativa para o trânsito caótico, mas em um meio de transporte efetivo, que chega para somar. 

O difícil, no entanto, é fazer com que todas as peças da mobilidade urbana – incluindo o próprio ciclista – aprendam a conviver um com o outro em harmonia. Especialistas no tema consideram esse impasse normal, mas ressaltam a importância de se seguir adiante. 

“Existe agora a necessidade da educação do trânsito voltada para o ciclista. Não só para o motorista, na hora em que ele tira a habilitação, mas também para quem anda de bicicleta e que, muitas vezes, não conhece as leis de trânsito”, destaca Roberto Braga, coordenador do laboratório de planejamento municipal da Unesp. “O pedestre também entra nessa equação; ele precisa se atentar aos carros e também a bicicleta, bem como cobrar o respeito pelo seu espaço.” 

Professor na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Alexandre Delijaicov considera “louvável” os esforços da prefeitura que, na gestão Fernando Haddad, implantou 238,3 km de malha cicloviária desde junho de 2014. Mas só isso não basta. 

O Brasil não tem normas técnicas para ciclofaixas. O que temos vem da Europa, cujo relevo por vezes é mais favorável do que o da capital paulista. 

No entanto, na opinião dos especialistas, a prefeitura pode aprender com seus erros e, para isso, é preciso denunciar, fotografando e informando a prefeitura sobre irregularidades encontradas nas malhas destinadas às bicicletas. 

“É algo que vai se aperfeiçoando. A implantação das ciclovias vai gerar uma série de novas demandas não só no que diz respeito a correção de vias como também na criação de dispositivos a favor do ciclista, como os paraciclos (suportes que permitem estacionar as bicicletas) em praças, calçadas e nas empresas, incentivando o trabalhador a trocar o carro pela bicicleta”, sugere o geógrafo Roberto Braga.  

Implantar e corrigir 

Carros estacionados onde deveriam passar bicicletas, árvores ou postes no meio das ciclofaixas, término abrupto da malha cicloviária são alguns dos problemas que precisam ser enfrentados com paciência pelos ciclistas.   

arvore na ciclofaixaVinicius Pereira/Folhapress

Na visão de Braga, entretanto, é preciso implantar para corrigir. “Precisamos entender também que nem todas as vias são ideais para o ciclista. Assim como não podemos entrar com o carro na contramão, fica inviável pedalar, por exemplo, em uma das marginais da cidade.” 

Com algumas ressalvas, Alexandre Delijaicov considera a implantaç&