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A corrupção e a crise de credibilidade do PT

23/05/2015 00:00

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“Não estou numa fase muito boa”. A confissão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de dita sobre si mesmo, também ilustra a atual situação do Partido dos Trabalhadores, que vive uma falta de credibilidade sem precedentes desde sua fundação, em 1980.

Não há, no momento, um nome forte que possa assumir o papel de porta-voz do PT e consiga driblar a crise de imagem da legenda.

Além do desânimo do mítico Lula, a presidente da República, Dilma Rousseff, tem evitado se expor após  os protestos que tomaram conta das cidades brasileiras; o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, tem índices de popularidades baixos; Eduardo Suplicy, que conseguia agradar até a alguns detratores do partido, perdeu o posto no Senado para José Serra (PSDB); e Alexandre Padilha foi derrotado de maneira estrondosa a disputa eleitoral pelo tucano Geraldo Alckmin, mesmo com a crise hídrica que assola a capital paulista.

Com o esquema de desvio de dinheiro na Petrobras descoberto pela Operação Lava Jato, a oposição tem aproveitado para colar o tema corrupção no PT, em um discurso que se confunde com os problemas econômicos que o Brasil enfrenta, embora eles não sejam majoritariamente causados pela histórica falta de ética na política – que, por sua vez, também não é exclusividade petista.

Na análise do professor da ESPM Victor Trujillo, especialista em marketing político, o descontentamento maior da população se deve ao aperto de cinto que já é sentido no Brasil desde o ano passado.

“Olhando para essa crise de imagem que o PT está enfrentando, é preciso, em primeiro lugar, lembrar o seguinte: não é apenas a corrupção. Uma parte disso tem a ver com o momento econômico que o país está vivendo”, analisa Trujillo. “Se o poder de compra não tivesse sido reduzido, se a eletricidade e a gasolina não tivessem aumentado, isso ficaria no campo moral, no campo da ética, e a discussão seria outra”, afirma o especialista em política.

Já para a cientista política Jacqueline Quaresemin de Oliveira, da FESPSP, a crise ética tem papel central na crise de credibilidade enfrentada pelo partido da presidente Dilma. “O  PT vive a pior crise desde o seu nascimento. Na verdade, as questões na politica econômica pós-crise de 2008 poderiam ser minimizados se o partido no governo não tivesse o agravante das denúncias da corrupção envolvendo estatais e principalmente a Petrobras, que tem quase uma identidade nacional”, pontua.

Sem minimizar o fato da crise econômica, ela critica a postura da  oposição, que em sua opinião tem uma atuação fraca.  “Centrar o debate só na corrupção parece que é só um embate ideológico contra o PT. Não deveria ser desse modo. Fazer isso é perder discussões sérias como a reforma política, de abranger aspectos amplos, como a própria economia e problemas sociais.”

O especialista em marketing Victor Trujilo ressalta que relaci