gplus
   

Professores da rede estadual de SP decidem manter greve

24/04/2015 00:00

Confira Também

Os professores da rede estadual de ensino decidiram hoje (24) continuar com a greve iniciada em 13 de março. A assembleia da categoria ocorreu em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Habitualmente, ela era feita no vão-livre do prédio, mas, nesta sexta-feira, eles foram proibidos de fazer a reunião no local. Os docentes reivindicam, principalmente, aumento salarial de 75,33%.

"Isso demonstra a disposição de luta dos professores depois do reajuste de 0% dado pelo secretário da Educação. Se ele não apresenta reajuste, isso significa que é reajuste de 0%", disse a presidenta do Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel.

Momentos antes do início da assembleia, quando havia poucos professores, os policiais militares ocuparam o vão-livre, criaram uma barreira e foram retirando os manifestantes do local, afastando-os em direção à Avenida Paulista, onde a assembleia foi feita. A ação policial não sofreu resistência dos grevistas.

Um dos responsáveis pela operação, um capitão da Polícia Militar (PM) que não quis se identificar, disse à reportagem da Agência Brasil que a ação foi feita por solicitação do Masp, que reclama do barulho dos carros de som que estão provocando danos à estrutura do museu. Segundo o policial, isso ocorrerá em qualquer manifestação que use como ponto de concentração o vão-livre do prédio, que fica na Avenida Paulista. A reportagem da Agência Brasil procurou o Masp, que não confirmou ter feito tal pedido à PM.

A diretoria da Apeoesp atendeu à solicitação dos policiais para deixar o local e, do carro de som, orientou os professores a se concentrarem na Avenida Paulista, sem forçar passagem para o vão-livre do museu. A assembleia ocorreu sem confronto.

"Eles [policiais] não permitiram [professores no vão-livre]. Isso nós vamos querer discutir com o comando [da PM]. Vemos outros movimentos fazendo manifestação aqui e não vão afundar [o Masp]. Mas nós vamos fazer e vai quebrar? Como assim? O aspecto bom disso é que mostra que eles se importam com a gente. Sempre ocupamos o vão-livre e nunca deu problema. Acho isso uma certa intolerância", disse Bebel.

Além da continuidade do movimento, os professores aprovaram uma nova assembleia para a próxima quinta-feira (30), a partir das 14h, na Avenida Paulista, em frente ao Masp. Neste momento, os grevistas fazem uma caminhada pela Avenida Paulista, com destino à Secretaria da Educação, localizada na Praça da República, no centro. O trajeto passa pela Rua da Consolação.

Ontem (23), houve confronto entre policiais e professores em frente à secretaria, após uma reunião entre a Apeoesp e o secretário Herman Voorwald, que terminou sem acordo. Depois da reunião, um grupo de professores tentou ocupar o prédio, forçando a entrada e foi reprimido pela PM com gás de pimenta.

"Acho que nada justifica a violência. Mas não justifiquem essa violência deixando os professores por 42 dias com 0% de reajuste ou [sem] sentar em uma mesa, como fez o secretário, e ficar duas horas dizendo não [às reivindicações]. Acho que, quando se tem uma situação de impasse, [governo e secretário] devem intermediar", disse a presidenta do sindica