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Youssef diz que atuou em esquema de propina e lavagem de dinheiro

31/03/2015 00:00

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Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, na manhã desta terça-feira, o doleiro Alberto Youssef confirmou que atuou em um plano de sustentação de um esquema político e partidário a mando de grandes empreiteiras na operação de pagamentos de propina e de lavagem de dinheiro.

Além de executivos das seis construtoras que já respondem a ações penais da Operação Lava Jato, Youssef citou o envolvimento das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez.

Preso há pouco mais de um ano, o doleiro é um dos principais delatores do esquema de corrupção na Petrobras.

Youssef prestou depoimento no processo que se refere ao Laboratório Labogen, empresa de fachada usada para lavagem de dinheiro. A ação é a primeira de todas as investigações da Lava Jato.

O doleiro permaneceu em silêncio no primeiro interrogatório da ação penal, mas depois de fechar acordo de delação, pediu para ser ouvido novamente para prestar esclarecimentos. Os outros réus na ação também tiveram direito a complementar seus depoimentos, mas não falaram.

De acordo com as investigações, Youssef teria liderado uma quadrilha que movimentou cerca de US$ 500 milhões entre os anos de 2011 e 2014 por meio de importações fictícias com base em contratos de câmbio firmados com a empresa Labogen.

Delação de Nakandakaria

Em depoimento à Justiça Federal, o executivo da Galvão Engenharia, Dario Queiroz, também preso na Lava Jato, disse que o doleiro Alberto Youssef foi beneficiado ainda pelo esquema de pagamento de propina em nome da Galvão Engenharia comandado por Shinko Nakandakaria. O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e João Claudio Genu, ex-assessor do PP, beneficiavam-se junto.

Queiroz admitiu ter participado de uma reunião em 2010 para acertar o pagamento de R$ 4 milhões em propina, por meio de contratos fraudulentos entre a empreiteira e empresas de fachada de Youssef. Os pagamentos teriam sido intermediados por Nakandakari.

De acordo com o engenheiro Shinko Nakandakari, um dos delatores da Operação Lava Jato, Glauco Legatti, ex-gerente-geral da Refinaria Abreu e Lima no município de Ipojuca, em Pernambuco, também recebeu propina do chamado clube – cartel de empresas que, supostamente, pagava para obter contratos com a estatal e que é alvo de investigação da Polícia Federal.

Em seus depoimentos, Nakandakari cita ainda o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e o ex-gerente de Tecnologia Pedro Barusco como beneficiários do esquema de propina, que a Refinaria Abreu e Lima começou a operar no fim do ano passado em Pernambuco. Com projeto inicial orçado em US$ 2,5 bilhões, a construção da refinaria acabou custando cerca de US$ 18 bilhões.

Em depoimento à CPI da Petrobras na semana passada, a ex-presidente da empresa Graça Foster falou sobre a discrepância entre o valor orçado inicialmente e o valor final do projeto. Para ela, o projeto básico da refinaria foi mal elaborado. “Se você não tem projetos básicos de qualidade, você vai ter aditivos. Na Abreu e Lima, a questão principal foram as mudanças sucessivas no projeto. Até as características do petróleo que seria refinado ali mudaram durante o processo”, disse.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras ouviu nesta terça-feira (31) o depoimento de Legatti, que negou o envolvimento no esqu