gplus
   

Especialista: mundo islâmico está sob ataque, não o Ocidente

28/02/2015 00:00

Confira Também

Apesar das imagens de violência propagadas nos últimos meses pelo Estado Islâmico, o grupo extremista que se tornou muito conhecido por seus vídeos horripilantes de reféns sendo decapitados, queimados vivos e, mais recentemente, pela destruição de patrimônio histórico milenar no Iraque, o Ocidente tem uma percepção errada sobre os ataques terroristas.

A opinião é do professor de relações internacionais da PUC de São Paulo, Reginaldo Nasser, convidado do Canal Livre deste domingo (1º).

“Não é o Ocidente que está sob ataque, mas sim o mundo islâmico. Em 2014, de 18 mil mortos por terrorismo, 85%  das vítimas estavam em países islâmicos”, explica Nasser.

Segundo o professor os terroristas se aproveitam da repercussão que os vídeos tem para causarem a impressão que tem muito mais influência, nos países ocidentais ou outros territórios, do que realmente possuem. “Essa é a tática deles”, acrescenta.

Ele lembra que os conflitos por poder na região se tornaram muito problemáticos após a 1º Guerra Mundial, quando a divisão do território que formava o  Império Otomano foi feita pelas potências vencedoras, principalmente o Reino Unido e a França.

Os Estados Unidos mantiveram depois esta política de “dividir para conquistar”, interferindo sempre nas guerras no Oriente Médio, direta ou indiretamente, por causa de seus interesses.

Essa fragmentação dos estados do Oriente Médio, como foi com a invasão do Iraque, em 2003, favoreceu a formação de grupos extremistas, cujo expoente mais em evidência hoje é o Estado Islâmico.

Por isso, Nasser defende o mínimo de interferência na região para evitar o genocídio perpetrado pelos extremistas. “Quanto menos intervir, melhor. Daqui a três, quatro anos, teremos outro grupo terrorista”, analisa.

O Canal Livre vai ao ar neste domingo (27), logo após o Pânico na Band.

Veja mais em: BAND