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Balanço da Petrobras foi feito com transparência, diz ministro

30/01/2015 00:00

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O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta sexta-feira (30) que a divulgação do balanço financeiro do terceiro trimestre de 2014 da Petrobras, na última quarta-feira (28), foi feita com “transparência absoluta”. O ministro deu entrevista à imprensa, antes de se reunir com o conselho do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), no Rio de Janeiro.

“O que a Petrobras está fazendo é demonstrar não apenas a todos os seus acionistas controladores, ao povo brasileiro e à comunidade internacional a sua transparência contábil”, destacou o ministro. Ele disse, no entanto, que a estatal precisa “dar novos passos”, mantendo a orientação de agir com transparência e de ter uma governança cada vez mais eficiente.

O balanço do terceiro trimestre de 2014 apontou queda de 38% do lucro em comparação com o trimestre anterior: caiu de R$ 4,959 bilhões para R$ 3,087 bilhões.

Em função das investigações da Operação Lava Jato sobre o esquema de corrupção na estatal, a divulgação do balanço havia sido adiada por duas vezes. Os números deveriam ter sido apresentados no dia 14 de novembro, mas não teve autorização da empresa de auditoria, como determina a legislação do mercado de capitais.

Segundo o documento divulgado na quarta, no entanto, as baixas não estão associadas aos desvios de dinheiro da petrolífera.

A Petrobras atribuiu a queda do lucro às "maiores despesas operacionais, principalmente pela baixa dos valores relacionados à construção das refinarias Premium I e Premium II", instaladas no Maranhão e no Ceará.

O balanço acompanha um nota assinada pela presidente da Petrobras, Graça Foster. Ela justifica o atraso na divulgação dos resultados: "Os depoimentos aos quais a Petrobras teve acesso revelaram a existência de atos ilícitos, como cartelização de fornecedores e recebimentos de propinas por ex-empregados, indicando que pagamentos a tais fornecedores foram devidamente reconhecidos como parte do custo de nossos ativos imobilizados, demandando, portanto, ajustes. Entretanto, concluímos ser impraticável a exata quantificação destes valores indevidamente reconhecidos, dados que os pagamentos foram efetuados por fornecedores externos e não podem ser rastreados nos registros contábeis da companhia".

Prejuízo operacional

O balanço mostra queda também do Ebitda, que é o indicador de geração de caixa. Apresentou baixa de 28%, de R$ 16,246 bilhões para R$ 11,735 bilhões.

Enquanto isso, o nível de endividamento da empresa cresceu. O indicador dívida/Ebitda aumentou de 3,92 para 4,63 - a meta da presidente da Petrobras era atingir 2,5 até este ano.

Seis dos sete segmentos de negócios da petrolífera tiveram prejuízo operacional, segundo o balanço divulgado na madrugada desta quarta-feira. O setor de abastecimento teve perdas de R$ 5,180 bilhões.

A área de Gás&Energia somou R$ 271 milhões de prejuízos e a de biocombustível registrou perdas de R$ 89 milhões.

O setor de Exportação&Produção foi o único que apresentou saldo positivo: teve lucro líquido de R$ 10,131 bilhões. Ainda assim, o valor é 6% menor do que o registrado no trimestrde anterior.

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