Orgasmo feminino: por que é tão difícil? Saiba o que está te atrapalhando na hora H e como contornar a situação gplus
   

Orgasmo feminino: por que é tão difícil?

Saiba o que está te atrapalhando na hora H e como contornar a situação

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Você consegue contar nos dedos quantos orgasmos já teve na vida? Se a resposta for um frustrado sim, amiga, não precisa se desesperar. A falta de orgasmo é uma experiência comum (e decepcionante) na vida sexual de muitas mulheres. 

De acordo com uma pesquisa realizada em 2013 pelo Projeto Sexualidade (Prosex), da Universidade de São Paulo, 34,6% das brasileiras sofrem com a falta de desejo sexual, sendo que 29,3% delas não têm orgasmo durante a relação. O estudo ainda confirmou que 92% não têm o hábito de se masturbar, o que, convenhamos, pode atrapalhar seriamente a sua saúde sexual, uma vez que o ato ajuda a conhecer o seu próprio corpo e, consequentemente, os pontos de prazer.

Mas, apesar de comum, isso não quer dizer que você deve se contentar com tal situação, afinal, você também merece sentir prazer. 

De acordo com a sexóloga do site C-date, Carla Cecarello, as dificuldades de prazer feminino, na maioria dos casos, está relacionada com a questão emocional. “Às vezes a mulher consegue chegar ao orgasmo se masturbando, mas não consegue ter um quando está com o parceiro, é o que chamamos de Anorgasmia Situacional, e está nitidamente configurado a uma dificuldade de se entregar a outro e de confiar no homem na hora do sexo”, explica à especialista. 

A educação que a mulher recebeu em relação ao sexo também pode prejudicar a vida sexual, caso tenha sido relacionado a algo negativo e sujo, de forma que o prazer, auto-estima e libido acabam sendo “bloqueados” durante o sexo. “Quando a mulher não tem muita vontade para o sexo, e essa vontade pode ter causa física e emocional, fica mais difícil a mulher atingir o orgasmo”, diz Carla. 

A longo prazo, a falta de orgasmo pode prejudicar o bem estar da mulher e a relação com o parceiro, uma vez que ela criará uma aversão a sexo e evitará transar com medo de sentir dor ou até mesmo achando que nunca irá se sentir satisfeita. Por isso, procurar a ajuda de um psicólogo especializado em sexualidade o quanto antes é ideal para evitar que o “problema” chegue a outros extremos. “Primeiro a mulher precisa entender os motivos que a impedem de ter orgasmo. Entendendo isso ela irá faz exercícios específicos de terapia sexual recomendado por esse profissional para conseguir chegar ao orgasmo”, explica a sexóloga. Carla ainda afirma que a falta de lubrificação ou queda no desejo, por exemplo, também pode estar relacionado a um problema físico. “Por isso, o indicado é procurar também um ginecologista”, completa. 

Entretanto, antes de consultar um especialista é muito importante que a mulher conheça o próprio corpo, uma vez que o orgasmo depende totalmente dela e é preciso entender o que a impede de chegar ao clímax. “É muito importante que a mulher conheça seu corpo e se toque. Ela pode fazer isso mais delicadamente em todas as partes do seu corpo enquanto ela está tomando banho, por exemplo, e ver o que isso transmite a ela”, indica. Carla também recomenda o uso de vibradores para auxiliar na masturbação. 

Pedir ajuda ao parceiro na hora H também pode auxiliar na condição psicológica feminina para chegar ao orgasmo. “Se o parceiro não está tocando em um lugar que ela gosta, de um jeito bastante sutil ou até com delicadeza, a mulher pode mostrar como e onde ela gostaria do toque”, diz a especialista. Além disso, é fundamental que a mulher esteja bem tranquila e possa ir buscando seu prazer no corpo do outro. “Se o homem tiver ejaculação precoce vai ficar meio difícil, mas, mesmo assim, ela pode pedir para ele masturbá-la”.

Por fim, segundo a sexóloga, recorrer a terapias sexuais, como pompoarismo e sexo tântrico, por exemplo, pode ajudar a mulher com o prazer sexual, mas, antes e preciso entender os motivos pelos quais ela não confia, não se entrega e não tem orgasmo. “Sendo assim, será difícil atingir por esses métodos, pois ela vai conhecer a fórmula mas não conseguirá realizá-la  na relação com o outro, pois há um impedimento psicológico”, explica Carla. “Ela precisa resolver essas e outras questões para poder fazer este tipo de curso”, conclui.


Nathalia Marques